O LADO BOM DA PANDEMIA
Campos Veiga O Lado bom da Pandemia

O LADO BOM DA PANDEMIA

Desde os tempos da Bíblia as pragas atacam a humanidade.

Quando nossos antepassados seguiram o Norte rodeando o oceano Mediterrâneo e se separaram em levas e, direção ao ocidente ou oriente, levaram consigo piolhos, caspas e vírus.

A famosa rota da seda foi rica em especiarias e muitas enfermidades.

Os descobridores portugueses trouxeram em suas caravelas bactérias e vírus que contaminaram povos até então isolados.

As doenças mataram mais indígenas do que a pólvora e o chumbo dos conquistadores espanhóis e portugueses.

Eles davam aos índios roupas sujas durante a viagem contaminando-os e aniquilando populações aborígenes inteiras.

Varíola, febre amarela, tifo, cólera foram espalhadas por viajantes nos cinco continentes desde o século XV.

Na Inglaterra em 1817 os londrinos bebiam água de uma mesma fonte e uma epidemia de cólera, vinda da Índia matou milhares de britânicos.

Mais recentemente , em 1917 uma gripe, nascida numa base militar americana, se espalhou pelo mundo, matando SESSENTA MILHÕES de pessoas de todas as idades.

Depois da Segunda Guerra Mundial, continuaram a ocorrer epidemias de Sífilis, tuberculose, dengue, malária.

Nos anos 80 surgiu a epidemia do HIV que se tornou, mais lentamente, uma pandemia letal, que demorou quase quinze anos para ser controlada.

O ebola surgiu na África e foi contido depois de muitas mortes e sofrimento, especialmente nas populações mais vulneráveis e subalimentadas

Desde o início do século XX houve uma pandemia decorrente do uso indiscriminado de drogas psicotrópicas como o Ópio, maconha, cocaína e crack que até hoje não foi debelada nem controlada e só faz crescer, dizimando jovens, famílias em percentual assustador.

As gripes SARS, H1N1 e outras mataram  milhares de pessoas, especialmente os idosos e portadores de comorbidades .

O Covid-19

Veio a COVID 19 E O AFASTAMENTO SOCIAL se tornou compulsório, sendo suspensas atividades escolares, comerciais, serviços, justiça, exceção feita às atividades essenciais.

Ficamos em casa desde meados de março e assim vamos ficar até quando só Deus sabe.

As pragas trouxeram mortes, apressaram o ocaso do Império Romano, apressaram a adoção de ideias Iluministas de liberdade, igualdade e fraternidade.

Nós humanos aprendemos a superar as pandemias e elas não vão nos extinguir.

Passamos desde o mês passado a pensar mais seriamente na nossa finitude e a dar valor às nossas vidas e às vidas de todos que mais amamos.

As famílias se reuniram à distância, irmãos e amigos, se aproximaram muito mais, embora sem o contato físico, que antes achávamos essencial e insubstituível.

Talentos, sentimentos e interações escondidos em nosso interior começaram a florescer como numa primavera espiritual.

Ninguém esperava por essa pandemia, nem por suas terríveis consequências.

O amor a caridade a solidariedade e a compaixão representam essa primavera alegre e benfazeja a nos inspirar.

VAI PASSAR E SEREMOS MELHORES, MAS NÃO IMUNES A OUTRAS TRAGÉDIAS, APENAS MAIS FORTES.

QUEM VIVER VERÁ, QUEM MORRER DEIXARÁ SAUDADES.

SE PARA MIM NÃO HOUVER AMANHÃ, NÃO DEIXAREI NEM SOMBRA DE DÚVIDA DE QUE AMEI AOS MEUS FILHOS MUITO MAIS DO QUE A MIM MESMO.

OUTRA CERTEZA ABSOLUTA É A DE QUE ELES VIVERÃO POR LONGOS ANOS.

QUANDO SEMPRE QUE UMA BRISA SUAVE SOPRAR NUMA AURORA AVERMELHADA EU ESTAREI PRESENTE.

SEMPRE NOS CORPOS, MENTES E ESPÍRITOS DOS QUE GEREI E AMEI DESABRIDAMENTE.

Maurício de Campos Veiga

Advogado, professor e sócio fundador da CAMPOS VEIGA ADVOCACIA com vasta experiência na área jurídica empresarial trabalhista desde 1973.

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