O CASO MAGALU
Campos Veiga - Caso Magalu

O CASO MAGALU

Nessa semana o assunto mais comentado, além das queimadas do pantanal foi a ação afirmativa da empresa MAGAZINE LUIZA.

O RH da MAGALU, cujas ações na bolsa se valorizaram muitíssimo, nos últimos tempos, divulgaram um programa de estágio somente para negros.

Não faltaram críticas nas redes sociais e a empresa foi acusada de praticar um tal de RACISMO REVERSO.

A iniciativa estaria, em verdade, discriminando quem não fosse considerado negro.

Pura ignorância!

Para essas pessoas não custa recomendar a leitura árdua, mas deliciosa de “A ECONOMIA DA IDENTIDADE* que está disponível na AMAZON.

Nessa obra e em poucas páginas está demonstrado com poderosa argumentação no sentido de que normas sociais influenciam a escolha de trabalho de grupos de pessoas vulneráveis, reduzindo fortemente seu potencial.

Melhora da Economia

A maior participação de negros em atividades mais nobres antes realizadas apenas por brancos melhora a economia e promove uma consciência mais relevante na aprovação de medidas afirmativas que não são de modo alguns racistas.

Não fossem essas iniciativas teríamos uma perpetuação nefasta de exercício de atividades com remuneração mais adequada e mais elevada apenas por brancos que historicamente tem sido objeto de privilégios esses sim racistas e preconceituosos.

Se é bom para a sociedade é bom que se propaguem essas ações afirmativas, dado que o déficit social tem sido lentamente reduzido desde a época da escravidão.

Dirão que existem outras formas mais atuais e análogas à escravidão e é exatamente por essa e outras razões, que não cabem aqui, que se deve elogiar a MAGALU.

Em verdade, se pensarmos bem, os brancos são prejudicados indiretamente pela discriminação histórica imposta aos negros.

A sociedade se beneficiará de ações afirmativas e será maravilhoso termos mais matemáticos, físicos, pastores, médicos, engenheiros, advogados, magistrados, promotores, vizinhos, empresários e quem sabe uma neta, um sobrinho, todos preparados, estudados, bem remunerados e felizes, frutos dessas medidas.

Há mais um argumento, um dos autores da leitura acima recomendada foi agraciado por um PRÊMIO NOBEL de economia e deve saber direitinho o que escreve.

Temos um NOBEL negro, mas ele foi preso, perseguido e mudou uma nação e deixou uma lição para a humanidade.

IGUALAR NA MEDIDA EXATA DAS DESIGUALDADES!

PARABÉNS MAGALU.

* “A ECONOMIA DA IDENTIDADE”, GEORGE AKERLOF E RACHEL KRANTON, ED ELSEVIER 1/2010

Maurício de Campos Veiga

Advogado, professor e sócio fundador da CAMPOS VEIGA ADVOCACIA com vasta experiência na área jurídica empresarial trabalhista desde 1973.

Deixe uma resposta