MODUS IN REBUS
Campos Veiga Sentença

MODUS IN REBUS

Repercutiu nos quatro cantos do Brasil e nas redes sociais a respeitável decisão de um jovem Magistrado de primeiro grau de jurisdição.

Não consegui ainda atinar qual a relação dos comentários paralelos constantes do brilhante decisório com o silogismo sentencial.

Disse o Juiz :

“Depois do golpe de 2016 o Brasil passou à 2ª posição de país mais desigual do mundo”

O dado considerado pelo autor da frase acima, data máxima vênia, se refere à 2015, quando não havia ainda movimentos para o impedimento da Presidenta da República.

Releva, ainda, notar que a desigualdade permaneceu estável nos governos petistas e que outros governos anteriores foram um pouquinho mais eficientes no combate a essa praga social.

O atual governo, nem mesmo foi avaliado, já que esses dados demoram a ser computados e demandam pesquisas as mais profundas e técnicas.

Local Errado

O que me preocupa é um magistrado que condena um restaurante a títulos trabalhistas corriqueiros, inserir no seu respeitável decisório, dados inconsistentes, para dizer o mínimo.

Vincular a desigualdade a um impedimento presidencial que o jovem Magistrado trata como golpe de estado é de uma insensibilidade pantagruélica.

Arroubos esquerdistas da juventude, conclusões precipitadas do noviciado, podem explicar os comentários em apreço.

Se a desigualdade diminuir no atual governo, por força do aumento da atividade econômica e diminuição do índice de desemprego os comentários teriam sido precipitados, para dizer o mínimo.

Usar um dado de 2015 para explicar um fato ocorrido bem depois e atribuí-lo ao governo atual, parece mais um grave erro.

Além do mais, os comentários poderiam estar presentes em qualquer mente ideologicamente comprometida, JAMAIS NUMA SENTENÇA JUDICIAL.

JAMAIS!

Maurício de Campos Veiga

Advogado, professor e sócio fundador da CAMPOS VEIGA ADVOCACIA com vasta experiência na área jurídica empresarial trabalhista desde 1973.

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