DESIGUALDADE: PARECE VERDADE
Campos Veiga Desigualdade

DESIGUALDADE: PARECE VERDADE

O último relatório da OXFAM assenta que pouquíssimos bilionários tem a mesma riqueza que todos os miseráveis do mundo inteiro!

Que susto tomaram todos os desatentos leitores do relato da “respeitável” instituição.

Levaram em conta miseráveis mesmo, ou seja, aqueles desvalidos com patrimônio dito negativo.

Assim fica a “certeza” de que a desigualdade combatida desde as ideias da Revolução Francesa vem aumentando em proporções alarmantes.

Ocorre que a desigualdade de renda no mundo só faz diminuir, especialmente pelo fenômeno chinês que suprimiu a miséria de milhões de pessoas.

Napoleão Bonaparte, certa feita, disse:

“Quando a China acordar o mundo vai tremer”.

Demorou cerca de dois séculos, mas estamos tremendo até agora.

Desafios

A desigualdade ainda se apresenta como um dos maiores desafios da humanidade, especialmente no campo da economia e no Direito do Trabalho.

Não resta a menor dúvida de que se trata do mais relevante dos problemas, já que a desigualdade e a concentração de renda destroem o tecido social e causam grande desalento aos jovens quanto a seu futuro, sua segurança alimentar e seus sonhos.

Há fatores que se afastam totalmente dos bilionários da OXFAM, especialmente o desequilíbrio das contas públicas dos países emergentes e dos países que sequer iniciaram seu desenvolvimento social e econômico.

Outros países adotaram medidas heterodoxas, predominantemente esquerdistas e muito populistas.

A saúde financeira das nações tem tudo a ver com a possibilidade de enfretamento da desigualdade, não é uma panaceia, mas uma realidade a ser encarada de frente.

Privilégios corporativistas, sistemas previdenciários bonzinhos, trabalho improdutivo e disposições constitucionais oníricas, são muito mais responsáveis pela desigualdade do que os bilionários.

Criamos estabilidades provisórias e definitivas com uma facilidade impressionante. A carta magna de 1988 destruiu o arbítrio, no campo político, mas criou direitos sem nenhuma fonte de custeio. Os Constituintes que me perdoem, mas pensaram em eleições futuras e não cogitaram da problemática fiscal.

PEGAVA BEM POLITICAMENTE!

Quem vai pagar a conta?

A conta é caríssima e essa irresponsabilidade fiscal é mãe da miséria, dado que somente uma nação responsável terá sobras em seu orçamento, para educar, minorar a miséria ou erradicá-la e combater de frente a desigualdade. Os juros só caem quando o ambiente de responsabilidade fiscal está presente e a inflação é baixa.

Os bilionários já estão doando parte relevante de suas fortunas e isso deve virar moda nas próximas décadas do século XXI.

Cabe aos dirigentes das nações em desenvolvimento a responsabilidade de manter as contas em dia, gerar confiança, adorar a liberdade de empreendimento privado e tributar com eficiência e parcimônia.

A democracia e a responsabilidade fiscal vão construir nações mais prósperas e igualitárias.

Iguais mesmo nunca seremos, já que, de fato, jamais fomos ou seremos, pois, se trata de uma deliciosa utopia.

Se algum bilionário quiser passo-lhe a minha combalida conta bancária.

Maurício de Campos Veiga

Advogado, professor e sócio fundador da CAMPOS VEIGA ADVOCACIA com vasta experiência na área jurídica empresarial trabalhista desde 1973.

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