DESEMPREGO TEIMOSO?
Campos Veiga Desemprego

DESEMPREGO TEIMOSO?

Em quase um quarto dos domicílios brasileiros não há nenhum morador que gere renda pelo trabalho formal, ou que mantenha vínculo empregatício com alguma empresa ou pessoa física.

Essa tragédia que não causa mais espécie, tende a se perpetuar, já que os empregadores se acostumaram a evitar a contratação formal de colaboradores, partindo para soluções legais ou completamente ilegais.

Trata-se de uma circunstância decorrente da deterioração do emprego formal, que tem custo elevadíssimo mesmo com a contratação de salários muito baixos.

Os encargos e os direitos garantidos ao empregado dobram o custo da folha de pagamento e há inúmeras famílias que optam por envolver todos os seus membros no labor pretendendo substituir a mão-de-obra que mantém vínculo empregatício, por familiares que se tornam sócios informais.

Há uma substituição do trabalho humano por máquinas que executam tarefas repetitivas com mais eficiência e muitas vezes são financiadas a longo prazo.

Menos Vagas

O mundo está eliminando postos de trabalho numa velocidade espantosa e esse processo está apenas começando.

As domésticas, empregadas como antigamente, deixaram a profissão ou se tornaram diaristas autônomas, exceção feita àquelas que prestavam serviços a famílias abastadas.

Não importa julgar se mereceram os direitos que lhes foram atribuídos, basta constatar que sua contratação se tornou inviável.

Além de tudo, o tempo em que um trabalhador fica fora do mercado de trabalho tem aumentado, trazendo desalento e dificuldades pessoais intransponíveis.

O trabalhador menos escolarizado sofre mais com a crise de empregabilidade e sem emprego dificilmente encontra oportunidade e condições de se educar ou capacitar-se ou aprender uma nova profissão.

A criminalidade também tende a aumentar com o desemprego nos níveis atuais e não se enxerga uma luz no final do túnel.

Muitos indagam se a REFORMA TRABALHISTA não ajudou, mas ela não atacou o cerne da questão, ou seja, o custo exagerado dos encargos e não alterou substancialmente nenhum direito.

Não acredito que a nossa economia vá dar um salto que implique numa melhora substancial da empregabilidade e mesmo que haja um PIB de 10% ao ano, empregos não vão voltar em número suficiente.

O dilema é manter os direitos e encargos atuais e enfrentar o desemprego ou diminuir direitos para aumentar os seus titulares.

DILEMA TERRÍVEL!

Maurício de Campos Veiga

Advogado, professor e sócio fundador da CAMPOS VEIGA ADVOCACIA com vasta experiência na área jurídica empresarial trabalhista desde 1973.

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